José Antônio da Silva (Salles de Oliveira, SP, 1909 - São Paulo, SP, 1996). Flagelação de um negro, 1948
Ao longo de três séculos, o Brasil recebeu 40% da população africana, que foi obrigada a deixar seu continente, gerando a maior diáspora da modernidade, e foi o último país do Ocidente a abolir a escravidão mercantil. O país adotou o sistema em todo o seu território – realidade que fez da escravidão uma linguagem naturalizada e com graves consequências. O enraizamento do sistema criou uma sociedade marcada pela violência, mas produziu, paradoxalmente, uma formidável circulação de ideias, costumes, valores, alimentos, idiomas, cultos, símbolos e populações. Por isso, o Brasil africanizou-se, e o contrário é também verdadeiro, ao menos para algumas regiões daquele continente.
No entanto, apenas a partir do final dos anos 1970 a questão racial entrou na agenda nacional, sob a forma de políticas de cotas e de ação afirmativa. Mesmo assim, o Brasil continua com uma das maiores desigualdades sociais mundiais e pratica formas violentas de racismo institucional, social e cultural. Tal fato talvez explique por que, a despeito da qualidade e do rigor dos estudos sobre escravidão no país, ainda hoje o debate é incipiente no contexto de arte brasileiro.
O seminário pretende, assim, não só lidar com questões que versam sobre o tema da escravidão, do racismo e da discriminação, como comparar experiências e conhecimentos em torno dessas tantas Histórias da escravidão no Brasil e no mundo. Espera-se refletir sobre a sua cultura visual, muitas vezes a partir do olhar estrangeiro; em outros contextos divulgada pelo discurso oficial. Ora sob a forma de tabu e de um constrangedor silêncio; ora a partir da exploração do lado exótico desse sistema que podia ser tudo, menos pacífico ou romântico. O seminário representa, portanto, um espaço público de debate e tratará do sistema escravocrata de uma forma ampla. Seu objetivo é retomar a história dos quilombos que se espalharam pela colônia e durante o Império; a realidade das rebeliões e revoluções que foram multiplicando-se no território da diáspora africana, o dia a dia pesado dessas populações, as práticas religiosas e as imagens da escravidão em relação à cultura visual e práticas artísticas.
Over the course of three centuries, Brazil received 40% of the African population that was forced to leave its continent, resulting in the biggest diaspora of modern times, and was the last Western country to abolish the slave trade. The country adopted the system throughout its territory – a reality that made slavery a naturalized language with profound and severe consequences. The system took root, creating a society marked by violence, while paradoxically producing an extraordinary circulation of ideas, customs, values, foods, languages, religions, symbols and populations. Brazil was thus Africanized, and the inverse is also true, at least for some of the regions of that continent.
It was only from the late 1970s onward, however, that the question of race entered the national agenda, under the form of quota policies and affirmative action. Even so, Brazil continues to have one of the greatest social inequalities worldwide and practices violent forms of institutional, social and cultural racism. This fact perhaps explains why, despite the quality and rigor of the studies about slavery in the country, even today the debate on this issue is still incipient in the context of Brazilian art.
This seminar thus aims to not only deal with questions concerning the theme of slavery, racism and discrimination, but also to compare experiences and knowledge that involve the many histories of slavery in Brazil and around the world. The aim is to make a reflection on the nation’s visual culture, often based on a foreign viewpoint, in contexts other than that promulgated by the official discourse. Sometimes under the form of a taboo and an uneasy silence; sometimes based on the exploitation of the exotic side of the system that can be anything at all, except peaceful or romantic. The seminar therefore composes a public space of debate that will provide broad coverage of the slavery system. Its objective is to reconsider the history of the quilombos [communities of escaped slaves] which spread throughout the colony and during the Empire; the reality of the rebellions and revolutions that were multiplied in the territory of the African diaspora; the arduous life of these populations; religious practices; and images of slavery in relation to visual culture and artistic practices.]
Organização: Adriano Pedrosa, André Mesquita, Lilia Moritz Schwarcz e Luiza Proença
Programa [Program]
Sexta, 28 de outubro [
9h-10h [9 a.m. to 10 a.m.]
Credenciamento e inscrições [
10h-10h30 [10 a.m. to 10:30 a.m.]
Introdução [
ADRIANO PEDROSA
10h30-12h30 [10:30 a.m. to 12:30 p.m.]
(mediação Maria Helena Pereira Toledo Machado, Universidade de São Paulo)
[(mediated by Maria Helena Pereira Toledo Machado, Universidade de São Paulo)]
LUIZ FELIPE DE ALENCASTRO
A singularidade do escravismo no Brasil
[The singularity of slavery in Brazil]
Nenhum lugar do Novo Mundo praticou a escravidão em tão larga escala e tão longamente como o Brasil. Dados recentes mostram que o número de escravos africanos desembarcados entre 1550 e 1850 no Brasil (4,8 milhões) representa 6,5 vezes o número de portugueses entrados na mesma época (750 mil). A partir de 1822 e até 1850, o Brasil foi a única nação independente envolvida no tráfico negreiro e dotada de um sistema escravista de dimensões continentais. Deportado da África ou nascido no solo brasileiro, o cativo incorporava-se ao campo das leis civis, comerciais e penais do país. Tais leis eram debatidas e redigidas no Parlamento, nas assembleias provinciais e nas câmaras municipais. É também nos tribunais brasileiros que se definia a jurisprudência sobre a matéria. Na circunstância, o escravismo incorporou-se à legislação penal, civil e comercial brasileira.
MARY KARASCH
Africanos escravizados: identidade e trabalho nas cidades
[
Esta apresentação deverá abordar as identidades dos africanos escravizados que chegaram ao Brasil antes de 1850 e, em seguida, as novas identidades que eles construíram em torno do conceito de nação e dentro de irmandades, como a dos Homens Pretos ligados à Nossa Senhora do Rosário. A segunda parte da apresentação falará sobre os diversos tipos de trabalho que os escravizados realizaram nas cidades, de estivador e marinheiro a artesãos e artífices que construíram cidades e realizaram serviços domésticos. Também serão apresentados aqueles que abasteceram as cidades como quitandeiros, vendendo frutas e legumes nos mercados administrados pelos proprietários de escravos, os que fabricavam roupas e outros bens e que carregavam quase tudo sobre a cabeça. Um dos objetivos é demostrar que o trabalho escravo era tão importante no Brasil urbano quanto nas regiões de plantio.
[This presentation will describe the identities of enslaved Africans as they arrived in Brazil before 1850 and then the new identities they constructed around the concept of nation and within irmandades dos pretos [religious brotherhoods of black people], such as Nossa Senhora do Rosário. The second part will then describe the diverse types of labor that the enslaved performed in the cities from dock workers and sailors to artisans and craftsmen, who built the cities, as well as domestic service. This section will also describe those who provisioned the cities, sold fruits and vegetables in the markets as quitandeiras, manufactured clothing and other goods, cared for their slaveholders, and toted almost everything on their heads. One goal of this lecture will be to demonstrate that slave labor was as important in urban Brazil as in the plantation regions.]
FLÁVIO GOMES
Campo Negro: mocambos, roceiros e quilombos no Brasil escravista e da pós-emancipação
[
Conhecidas como mocambos e quilombos, as comunidades de escravos fugidos floresceram no Brasil desde o século 16. Todos mencionam apenas o Quilombo de Palmares, que durou mais de 150 anos – pois as primeiras evidências são de 1585 e há indicações de seus remanescentes até 1739 –, mas existiram grandes, pequenos e médios quilombos/mocambos de Norte a Sul em áreas de garimpo, de produção de arroz e algodão, criação de gado e mesmo nas fronteiras com as Guianas ou com o Uruguai. Com a abolição, os quilombos que remanesceram se desenvolveram aumentando ainda mais com a migração de famílias negras de libertos recém-saídos da escravidão. No século 20 parte dessa dimensão agrária ficaria invisível diante de uma ideia de mundo rural/questão agrária/campesinato muitas vezes apresentada sem cor, etnicidade e história. Para pensar a escravidão no Brasil, é fundamental fazer emergir as histórias dos quilombos e mocambos do passado e seus desdobramentos na sociedade brasileira contemporânea.
[Known as mocambos and quilombos, the communities of escaped slaves flourished in Brazil from the 16th century onward. People normally mention only the Quilombo de Palmares, which lasted more than 150 years – the earliest evidences of its existence date from 1585, and those of its the latest remnants date from 1739 – but there were large, small and midsize quilombos/mocambos from the North to the South in areas of gold mining, rice and cotton farming, cattle raising, and along the borders with the Guyana and Uruguay. With abolition, the quilombos that remained grew and developed, enlarged by the migration of black families recently freed from slavery. In the 20th century a part of this agrarian dimension remained invisible in light of an idea of the rural world / the agrarian question / the rural working class, often considered without regard to color, ethnicity or history. To think about slavery in Brazil, it is necessary to reveal more about the histories of the quilombos and mocambos of the past and their unfoldings in contemporary Brazilian society.]
14h-16h [2 p.m. to 4 p.m.}
(mediação Fernando Oliva, MASP)
[(mediated by Fernando Oliva, MASP)]
RHODA REDDOCK
Reivindicando soberania em regimes sem liberdade: mulheres, gênero e sistemas escravistas do Caribe
[
Existem diferenças e pontos em comum entre os regimes colonialistas e capitalistas de escravidão no Novo Mundo. A apresentação explorará as diversas experiências de mulheres nos sistemas escravocratas no Caribe, as construções de gênero da servidão nas fazendas, bem como as estruturas forçadas e transgressoras de relações sexuais e de trabalho daquele período. Examinará as formas de resistência em larga escala e mais individuais e pessoais, como as maneiras pelas quais as mulheres escravizadas procuraram estabelecer graus de soberania, personalidade e controle dentro de regimes sistêmicos de falta de liberdade. Serão abordados também alguns dos legados, das memórias, dos mitos e do esquecimento da experiência escrava e seu impacto sobre as sociedades do Caribe, relações de gênero e vida das mulheres.
[There is much that was common and much that was different among the colonialist and capitalist regimes of enslavement in the New World. This presentation explores the diverse experiences of women in Caribbean slave systems, the gendered constructions of plantation servitude as well as the structures of enforced and transgressive social, sexual and labour relations of the period. It examines forms of resistance both on a large-scale and at a more individual and personal level, as well as the ways in which enslaved women sought to establish degrees of sovereignty, personhood and control over their lives within systemic regimes of unfreedom. It concludes by examining some of the legacies, memories and myths, as well as the forgetting of the slave experience and its lingering impact on Caribbean societies, gender relations and women’s lives.]
EDUARDO GRÜNER
Haiti: a cor negra, da escravidão à crítica da modernidade
[
A revolução haitiana (1791-1804) não só foi a primeira das grandes revoluções de independência da América Latina e do Caribe como também a mais radical em termos sociais, políticos e étnico-culturais, pois foi a única em que as classes mais exploradas e oprimidas – os escravos negros de origem africana – tomaram o poder e fundaram uma nova nação, chamada “república negra”. O artigo 14 da Constituição de 1805 estabelece que, a partir de então, todos os cidadãos haitianos seriam denominados negros. Segundo nossa hipótese, esse fato dá origem ao significante negritud, que posteriormente teve enormes efeitos filosófico-políticos e estético-literários (ainda que na maioria das vezes enterrados ou reprimidos pela cultura dominante), passando pelos grandes debates que aconteceram na Europa (Aimé Césaire, Frantz Fanon, Sartre etc.) até chegar aos nossos dias com a discussão sobre a créolité (E. Glissant, D. Walcott etc.) e transformando-se em um termo de análise-chave para a crítica “descolonial” da modernidade.
JOÃO JOSÉ REIS
Revoltas escravas na Bahia
[
Um panorama das revoltas escravas na Bahia no século 19 será abordado nesta apresentação. Na região, verificou-se um ciclo de levantes levados a cabo por escravos africanos, muitos deles adeptos do islamismo. Há, porém, evidência da presença muçulmana em apenas algumas das mais de trinta revoltas e conspirações. Certo é que algumas nações africanas, como Haussá e Nagô, estiveram mais bem representadas entre os rebeldes. A apresentação discutirá o contexto atlântico que favoreceu a rebeldia africana, com ênfase na inserção peculiar da Bahia no tráfico de escravos; abordará também os fatores decisivos que podem explicar a militância dos africanos carreados para a Bahia por esse tráfico e também aqueles que levaram a seu esmorecimento depois da Revolta dos Malês em 1835.
16h30-17h30 [4:30 p.m. to 5:30 p.m.]
Conferência (mediação André Mesquita, MASP)
[
LILIA MORITZ SCHWARCZ
Imagens da escravidão no Brasil: entre o exotismo, o silenciamento e a ausência
[Images of slavery in Brazil: between exoticism, silencing and absence]
O objetivo dessa apresentação é realizar uma pequena viagem visual, a partir da iconografia produzida desde a introdução do sistema escravista no Brasil no início do século 16, chegando até 1888, data da promulgação da Lei Áurea. Nesses quatro séculos, que produziram o maior êxodo populacional da história moderna e fizeram do território americano uma África distante do seu continente, uma produção rarefeita mas persistente foi caracterizando, para dentro e para fora, essas “estranhas gentes dos Brasis”. Aí estava um território misturado pela linguagem da escravidão, tantas vezes imaginada por estrangeiros, escondida nas pinturas oficiais do Império, transformada em curiosidade pelos fotógrafos do século 19, para por fim virar exemplo de fidelidade nos registros mais alvissareiros do contexto da abolição. Imagens refletem e produzem realidades nesse largo trajeto baseado em muita ambivalência, feita do jogo de iluminar pouco e esconder demais.
Sábado, 29 de outubro [
9h30-10h30 [9:30 a.m. to 10:30 a.m.]
Credenciamento e inscrições [
10h30-12h30 [10:30 a.m. to 12:30 p.m.]
(mediação Tiago Mesquita, crítico de arte)
[(mediated by Thiago Mesquita, art critic)]
ANGELA ALONSO
Flores, votos e balas: o movimento abolicionista brasileiro
[
A apresentação aponta a relevância do movimento abolicionista para o fim da escravidão, narrando trajetórias e estratégias de seus principais ativistas: André Rebouças, Abílio Borges, Luís Gama, José do Patrocínio e Joaquim Nabuco — três deles negros. Argumenta-se que o abolicionismo foi uma rede de ativistas, associações e manifestações públicas antiescravistas que conformou o primeiro movimento social brasileiro de escala nacional. O movimento usou diferentes retóricas, estratégias e arenas, conforme o jogo de forças com o estado e o contramovimento escravista, operando sucessivamente com flores (no espaço público), votos (na esfera político-institucional) e balas (na clandestinidade).
MURYATAN SANTANA BARBOSA
Pan-africanismo e anglofonia: século 19 e início do 20
[
A apresentação buscará historicizar o desenvolvimento do pan-africanismo no período do pós-abolição, entre a segunda metade do século 19 e início do século 20. Para isso, analisará de que maneira algumas de suas características primordiais como movimento de ideias e movimento político se consolidaram de forma inter-relacionada no Mundo Atlântico, na África (Libéria, Nigéria, Serra Leoa, África do Sul, Tanganica, Quênia), Estados Unidos, Caribe (Jamaica, Trinidad e Tobago) e Europa Ocidental (Grã-Bretanha). A fundamentação desta hipótese se dará pela análise da trajetória de certos líderes e ativistas deste período, como J. A. Horton, Henry Sylvester-Williams, Edward Wilmot Blyden, W.E.B. Du Bois, Peter Abrahams e George Padmore.
PETRÔNIO DOMINGUES
Negro no Brasil: histórias das lutas antirracistas
[
O intuito desta apresentação é reconstituir aspectos da história do movimento negro brasileiro durante a República (de 1889 à fase contemporânea), apontando os atores, as etapas, suas propostas e narrativas. Assim, a apresentação procurará mapear os diferentes momentos das ações coletivas e mobilizações desse movimento – com seus discursos, associações e jornais, que funcionavam como veículo de propaganda de seus ideais –, inscrevendo tais momentos como parte da longa luta travada pelo negro brasileiro em prol de reconhecimento, cidadania e igualdade.
14h-16h [
(mediação Camila Bechelany, MASP)
(mediated by Camila Bechelany, MASP)]
ROBERTO CONDURU
Quilombos versus mapas: uma guerra arquitetônico-cartográfica na colonização portuguesa do Brasil
[
Esta apresentação analisará como os mapas portugueses feitos com o intuito de documentar os quilombos repõem as tensões inerentes à colonização europeia, sobretudo portuguesa, do Brasil a partir do século 16, focando particularmente os conflitos intrínsecos à ocupação e à representação do território por europeus, africanos e grupos indígenas. Tensões e conflitos emergem dos objetos representados nos mapas. Os espaços de resistência à ordem (política, econômica, social e cultural) colonial configurados a partir de diversas referências construtivas e espaciais africanas, europeias e nativas caracterizam-se por uma complexidade paisagística, urbana e arquitetônica derivada das populações diversificadas dos quilombos. Essas populações eram compostas por diferentes grupos marginalizados no sistema colonial – sobretudo ex-escravos africanos e afrodescendentes, mas também indígenas e até europeus.
[This presentation will analyze how the Portuguese maps made with the aim of documenting the quilombos reflect the tensions inherent to the European and, especially, Portuguese colonization of Brazil from the 16th century onward, focusing particularly on the conflicts intrinsic to the occupation and on the representation of the territory by Europeans, Africans and indigenous groups. Tensions and conflicts emerge from the objects represented on the maps. The spaces of resistance to the colonial political, economic, social and cultural order, configured on the basis of various African, European and native spatial and constructive references are characterized by a architectural, urban and landscaping complexity deriving from the diversified populations of the quilombos. These populations were composed of various marginalized groups in the colonial system – especially those of former African slaves and Afro-descendents, but also indigenous people and even some Europeans.]
MARCIO FARIAS
Escravidão, luta e resistência no Museu Afro Brasil
[
A apresentação tem como objetivo convidar os participantes a uma reflexão sobre a construção de identidade, a partir da experiência do negro na diáspora africana. Tomando como referência os núcleos temáticos do acervo de longa duração do Museu Afro Brasil, localizado no Parque Ibirapuera, propõe-se discutir os processos de resistência e de construção de liberdade como marcos constitutivos da identidade nacional pela perspectiva afrodescendente.
[This presentation invites the participants to a reflection on the construction of identity based on the experience of the black in the African diaspora. Taking as a reference the thematic segments of the long-term collection of the Museu Afro Brasil, located in São Paulo’s Ibirapuera Park, it will discuss the processes of resistance and of the construction of liberty as constitutive milestones of the national identity through an Afro-descendant perspective.]
GEOFFREY QUILLEY
Piadas de negros: escravidão e a imprensa satírica. Algumas questões em torno de coleções, interpretações e exposições
[
Instituições como o Museu Marítimo Nacional (Londres) ou a Biblioteca Lewis Walpole (Connecticut) possuem coleções significativas de sátiras impressas e caricaturas dos séculos 18 e 19 que lidam com a escravidão, indivíduos e comunidades negras. Muitas vezes conhecidas pelo título genérico de “piadas de negro” [black jokes], tais imagens são altamente problemáticas na medida em que são, frequentemente, muito ofensivas em seu racismo aberto, bem como resistentes a quaisquer linhas de interpretação. Essas imagens, portanto, colocam dificuldades fundamentais para as instituições que guardam essas coleções. O que fazer com esse material? Se ele não pode ser ignorado, como apresentá-lo? Centrada em questões específicas que cercam a sátira visual e a escravidão, a apresentação pretende abrir caminhos para pensar mais amplamente sobre a relação entre a história da escravidão, museus e coleções, assim como a cultura visual em geral.
[Institutions such as the National Maritime Museum, London, or the Lewis Walpole Library, Connecticut, have substantial collections of 18th- and 19th-century printed satires and caricatures dealing with slavery and black communities and individuals. Often going historically by the generic title of “Black Jokes,” such images are highly problematic, in that they are frequently very offensive in their open racism, and also resistant to any clear lines of interpretation. Such images, therefore, pose fundamental difficulties for the institutions in whose collections they are housed: what is to be done with such material? On the one hand it cannot be ignored, but on the other, how is it to be presented publicly? Focusing on the particular issues surrounding visual satire and slavery will also open up routes to thinking more broadly about the relation between the history of slavery, museums and collecting, and visual culture more generally.]
16h30-17h30 [
Conferência (mediação Luiza Proença, MASP)
[
DEBORAH WILLIS
Visualizando escravidão: imagem e texto
[
Esta apresentação considera as fotografias de homens e mulheres escravizados no Brasil e nos Estados Unidos no século 19. Do ponto de vista de Willis, a noção de representação e da incorporação da natureza humana durante a escravidão é raramente vista; no entanto, há alguns retratos do corpo negro trabalhando nas lavouras de algodão, açúcar, arroz e café que oferecem uma leitura da escravidão muito mais complexa para um observador do século 21. Os fotógrafos e os temas nas fotografias usavam maneiras hábeis para colocar a identidade em primeiro plano nas poses e nas vestimentas. A fotografia confronta a complexidade da imagem fotográfica ao olhar para a raça e o desejo como o corpo negro é tornado resiliente, sexualizado e complacente.
[This talk considers the photographs of enslaved men and women in Brazil and the United States in the 19th century. In my view the notion of representing and embodying humanity during slavery is rarely seen; however, there are some portraits of the black labored body on cotton, sugar, rice, and coffee plantations that offer a much more complex reading of slavery for a 21st-century viewer. The photographers and the subjects in the photographs used skillful ways to foreground identity in posing and dress. What makes the concept of this paper appealing and fresh to a broad audience is the use of letters, diaries, and photographs in history telling, as well as a focus on the resilience found and imagined in the words and images. Central to my work in the photographic archive is an ongoing critique that engages in the history of images of the African diaspora. The photograph confronts the complexity of the photographic image in looking at race and desire as the black body is rendered resilient, sexualized and compliant.]
Angela
Alonso é professora livre-docente de
sociologia na Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Centro Brasileiro
de Análise e Planejamento (Cebrap). É autora dos livros Ideias em movimento: a geração 1870 na crise do Brasil-Império (Paz e
Terra, 2002), Joaquim Nabuco: os salões e as ruas
(Companhia das Letras, 2007), ambos traduzidos para o francês, e de Flores, votos e balas: o movimento
abolicionista brasileiro - 1868-1888 (Companhia das Letras, 2015), projeto
agraciado pela bolsa Guggenheim). Tem publicado artigos sobre movimentos
políticos e intelectuais em revistas acadêmicas e em coluna mensal no caderno Ilustríssima,
do jornal Folha de S.Paulo.
[She is a professor of sociology at the Universidade de São Paulo (USP) and president of the Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). She is the author of the books Ideias em movimento: a geração 1870 na crise do Brasil-Império (Paz e Terra, 2002), Joaquim Nabuco: os salões e as ruas (Companhia das Letras, 2007), both translated into French, and of Flores, votos e balas: o movimento abolicionista brasileiro - 1868-1888 (Companhia das Letras, 2015), a project which received a grant from Guggenheim. She has published articles about political and intellectual movements in academic journals and in a monthly column in the Ilustríssima section of the newspaper Folha de S.Paulo.]
Deborah Willis
Chefe do Departamento de Fotografia e Imagem da Tisch School of the Arts da Universidade de Nova York. Na universidade, Willis ministra cursos sobre fotografia e imagem, iconicidade e histórias culturais visualizando o corpo negro, mulheres e gênero. Sua pesquisa examina histórias multifacetadas da fotografia, cultura visual, a história fotográfica da escravidão e emancipação, fotógrafas contemporâneas e beleza. É autora dos livros Posing Beauty: African American Images from the 1890s to the Present (W. W. Norton & Company, 2009), Envisioning Emancipation: Black Americans and the End of Slavery (Temple University Press, 2012) e Michelle Obama: The First Lady in Photographs (W. W. Norton & Company, 2009). Willis foi curadora das exposições Reflections in Black (2002) e New World Africans: 19th Century Images of Blacks in South America and the Caribbean (1985).
[PhD, is Chair of the Department of
Photography & Imaging at New York University TSOA where she teaches courses on photography
and imaging, iconicity, and cultural histories visualizing the black body,
women, and gender. Her research examines photography?s multifaceted histories,
visual culture, the photographic history of slavery and emancipation;
contemporary women photographers and beauty. Willis is the author of Posing Beauty: African American Images
from the 1890s to the Present (W.
W. Norton & Company, 2009), Envisioning
Emancipation: Black Americans and the End of Slavery (Temple University Press, 2012) and Michelle Obama: The First
Lady in Photographs (W. W. Norton &
Company, 2009).
Exhibitions that Professor Willis has curated include Reflections in Black (2002) and New
World Africans: 19th-Century Images of Blacks in South America and the
Caribbean (1985).]
Eduardo Grüner
Doutor em ciências sociais pela Universidade de Buenos Aires (UBA). É professor titular das disciplinas antropologia da arte e literatura e cinema, no Departamento de Artes da Faculdade de Filosofia e Letras da UBA. Foi diretor e membro pesquisador do Instituto de Investigações da América Latina e Caribe e vice-reitor da Faculdade de Ciências Sociais da UBA. É autor dos livros Un género culpable (Homo Sapiens, 1994), Las formas de la espada (Ediciones Colihue, 1997), El sitio de la mirada (Norma, 2000), El fin de las pequeñas historias (Paidos, 2002), La cosa política (Paidos, 2005), La oscuridad y las luces (Edhasa, 2010). Recebeu os prêmios Nacional de Ensaio (Argentina, 2011), Konex de Ensaio Filosófico (Argentina, 2004) e Libertador al Pensamiento Crítico (Venezuela, 2005 e 2011).
[He holds a PhD in social sciences from the Universidade de Buenos Aires (UBA). He is a professor of the disciplines of the anthropology of art and literature and cinema in the Department of Arts of the College of Philosophy and Letters of UBA. He served as a director and researching member of the Instituto de Investigações da América Latina e Caribe in as vice rector of the College of Social Sciences of UBA. He is the author of the books Un género culpable (Homo Sapiens, 1994), Las formas de la espada (Ediciones Colihue, 1997), El sitio de la mirada (Norma, 2000), El fin de las pequeñas historias (Paidos, 2002), La cosa política (Paidos, 2005), and La oscuridad y las luces (Edhasa, 2010). Awards he has received include the Nacional de Ensaio prize (Argentina, 2011), the Konex de Ensaio Filosófico prize (Argentina, 2004) and the Libertador al Pensamiento Crítico award (Venezuela, 2005 and 2011).]
Flávio Gomes
Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador do CNPq. É autor de vários livros, entre eles, Mocambos e quilombos: uma história do campesinato negro no Brasil (Companhia das Letras, 2015), de coletâneas e artigos sobre as temáticas da escravidão e pós-abolição no Brasil. Atualmente realiza pesquisas comparadas (Cuba e Colômbia) com destaque para as questões de identidades e cultura material da escravidão.
[Professor at the Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) and a CNPq researcher. He
has authored various books, including Mocambos
e quilombos: uma história do campesinato negro no Brasil (Companhia das
Letras, 2015), as well as collectanea and articles about the thematics of
slavery and post-abolition in Brazil. He is currently working on comparative
research (Cuba and Columbia) focused on the questions of identities and the
material culture of slavery.]
Geoffrey Quilley
Professor de história da arte na Universidade de Sussex, Reino Unido. Sua pesquisa concentra-se na relação entre a cultura visual britânica e o Império, viagens e a esfera marítima nos séculos 18 e 19. É autor de Empire to Nation: Art, History, and the Visualization of Maritime Britain, 1768-1829 (Yale University Press, 2011). Atualmente, trabalha em um novo livro sobre arte britânica e a Companhia das Índias Orientais.
[Professor of art history
at the University of Sussex, UK. His research focuses on the relation of
British visual culture to empire, travel and the maritime sphere in the 18th
and 19th centuries. His monograph Empire
to Nation: Art, History, and the Visualization of Maritime Britain 1768-1829
was published by Yale University Press in 2011. He is currently completing a
new book on British art and the East India Company.]
João José Reis
Professor titular de história da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Autor, entre outros livros, de O Alufá Rufino: tráfico, escravidão e liberdade no Atlântico negro, em coautoria com Flávio Gomes e Marcus Carvalho (Companhia das Letras, 2010), Domingos Sodré, um sacerdote africano: escravidão, liberdade e candomblé na Bahia do século XIX (Companhia das Letras, 2008), Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em 1835 na Bahia (Companhia das Letras, 2003) e A morte é uma festa: ritos fúnebres e revolta popular no Brasil do século XIX (Companhia das Letras, 1991). Os três últimos títulos foram traduzidos para o inglês; O Alufá Rufino, para o espanhol.
[A professor of history at the Universidade Federal da Bahia (UFBA). He has authored various books, including O Alufá Rufino: tráfico, escravidão e
liberdade no Atlântico negro, in co-authorship with Flávio Gomes and Marcus
Carvalho (Companhia das Letras, 2010), Domingos
Sodré, um sacerdote africano: escravidão, liberdade e candomblé na Bahia do
século XIX (Companhia das Letras, 2008), Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em 1835 na
Bahia (Companhia das Letras, 2003) and A
morte é uma festa: ritos fúnebres e revolta popular no Brasil do século XIX
(Companhia das Letras, 1991). The first of these works, O Alufá
Rufino, has been translated into Spanish, while the latter three have been
translated into English.]
Lilia Moritz Schwarcz
Professora titular no Departamento de Antropologia da USP. Foi professora visitante em Oxford, Leiden, Brown, Columbia e atualmente em Princeton. É autora, entre outros livros, de Retrato em branco e negro (Companhia das Letras, 1987), O espetáculo das raças (Companhia das Letras, 1993), Racismo no Brasil (Publifolha, 2001) e com Heloísa Starling, Brasil: uma biografia (Companhia das Letras, 2015). É curadora-adjunta do MASP para "histórias e narrativas" desde 2015. Participou da curadoria, junto com Fernando Oliva e Adriano Pedrosa, da exposição Histórias da infância (2016).
[A professor in the Department of
Anthropology of USP. She has served as a visiting professor at Oxford, Leiden,
Brown and Columbia universities, and currently holds this position at Princeton.
She has authored various
books, including Retrato em branco e negro
(Companhia das Letras, 1987), O
espetáculo das raças (Companhia das Letras, 1993), and Racismo no Brasil (Publifolha, 2001), as well as Brasil: uma biografia in coauthorship
with Heloísa Starling (Companhia das
Letras, 2015). She has served as an adjunct curator at MASP for "histories
and narratives" since 2015. Together with Fernando Oliva and Adriano Pedrosa,
she participated in the curatorship of the exhibition Histórias da infância (2016).]
Luiz Felipe de Alencastro
Cientista político e historiador. Foi professor no Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pesquisador sênior do Cebrap e professor catedrático na Universidade de Paris-Sorbonne. Membro da Academy of Europe e professor titular da Escola de Economia de São Paulo - Fundação Getulio Vargas, onde dirige o Centro de Estudos do Atlântico Sul. Autor de O trato dos viventes - formação do Brasil no Atlântico Sul (Companhia das Letras, 2000) e dos ensaios "Mulattos in Brazil and Angola: A Comparative Approach, from the Seventeenth to the Twenty-First Century" (2012) e "The Formation of Economic History in Brazil: From the South Atlantic to South America" (2016).
[A political scientist
and historian. He has served as a professor at the Instituto de Economia da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), as a senior researcher of Cebrap, and as a professor at the Université
de Paris-Sorbonne. He is a member of the Academy of Europe and a professor at
the Escola de Economia de São Paulo - Fundação Getulio Vargas, where he directs
the Centro de Estudos do Atlântico Sul. He is the author of O trato dos viventes - formação do Brasil no
Atlântico Sul (Companhia das Letras, 2000) and of the essays "Mulattos in
Brazil and Angola: A Comparative Approach, from the Seventeenth to the
Twenty-First Century" (2012) and "The Formation of Economic History in Brazil: From
the South Atlantic to South America" (2016).]
Marcio Farias
Possui graduação em psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2011). Mestre em psicologia social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) (2015). Coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Americanos (Nepafro) e colaborador do Instituto Amma Psique e Negritude. Atualmente compõe a coordenação do Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil.
[Holds a degree in
psychology from the Universidade Presbiteriana Mackenzie (2011). He earned his
master?s degree in social psychology from Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo (PUC-SP) (2015). He is the coordinator of the Núcleo de Estudos Afro-Americanos
(Nepafro) and is a collaborator of the Instituto Amma Psique e Negritude. He
currently serves as coordinator of the Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil.]
Mary Karasch
Professor emérita de história, atuou na Universidade de Oakland, Rochester, Michigan, até 2010, Universidade Católica, Washington (1981-1983), Universidade de Brasília (1977-1978) e Universidade Federal de Goiás (1993, 1996). Doutora pela Universidade de Wisconsin (1972). Seu principal livro sobre escravidão é A vida dos escravos no Rio de Janeiro, 1808-1850 (Companhia das Letras, 2000). Seu livro mais recente, Before Brasília: Frontier Life in Central Brazil (University of New Mexico Press, 2016), traça a evolução da escravidão nos estados de Goiás e Tocantins.
[Professor of history emerita, having taught at Oakland
University in Rochester, Michigan until 2010, and at Catholic University,
Washington, D.C. (1981-1983), Universidade de Brasília (1977-1978), and
Universidade Federal de Goiás (1993, 1996). Her doctorate is from the
University of Wisconsin (1972). Her principal publication on slavery is Slave Life in Rio de Janeiro, 1808-1850
(A vida dos escravos no Rio de Janeiro,
1808-1850); and her next book is Before
Brasília: Frontier Life in Central Brazil,
which traces the evolution of slavery in Goiás and Tocantins states.]
Muryatan Santana Barbosa
Doutor em história da áfrica pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Foi pesquisador visitante na Universidade de Harvard e consultor da Unesco-Brasil para o Programa Brasil-África: histórias cruzadas. É coautor e revisor da Síntese da Coleção História Geral da África, em dois volumes. Trabalha atualmente com temáticas relativas à história intelectual e política do Sul Global. Em particular, o Pan-africanismo, na África e nas diásporas africanas. Atualmente é professor adjunto do bacharelado em ciências humanas e do bacharelado em relações internacionais da Universidade Federal do ABC.
[Holds a PhD in the history of Africa from the College of Philosophy,
Letters and Human Sciences of USP. He was a visiting researcher at Harvard
University and a consultant of Unesco-Brasil for the Brasil-África: Histórias
Cruzadas program. He is a co-author and reviser of Síntese da Coleção História Geral da África, in two volumes. He is
currently working with thematics relative to the intellectual and political
history of the global South, in particular, pan-Africanism, in Africa and in
the African diasporas. He is currently an adjunct professor of the
undergraduate course in human sciences and of the undergraduate course in
international relations of the Universidade Federal do ABC.]
Petrônio Domingues
É graduado, mestre e doutor em história pela USP, com pós-doutoramento na Rutgers - Universidade do Estado de Nova Jersey, Estados Unidos. Professor dos cursos de graduação e pós-graduação em história da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e bolsista produtividade em pesquisa do CNPq. Publicou dezenas de artigos nas revistas acadêmicas no Brasil e no exterior. É autor ou co-organizador de vários livros, como Experiências da emancipação: biografias, instituições e movimentos sociais no pós-abolição (Selo Negro, 2011, em parceria com Flávio Gomes), Da nitidez e invisibilidade: legados do pós-emancipação no Brasil (Fino Traço, 2013, com Flávio Gomes) e Políticas da raça: experiências e legados da abolição e da pós-emancipação no Brasil (Selo Negro, 2014, co-organizador com Flávio Gomes).
[He earned his BA, MA and
PhD in history from USP, and received post-doctoral training at Rutgers - New
Jersey State University, United States. He serves as a professor of the
undergraduate and graduate courses in history of the Universidade Federal de
Sergipe (UFS) and is a CNPq research fellow. He has published dozens of
articles in academic journals in Brazil and abroad. He has
authored and co-edited various books, including Experiências da emancipação: biografias, instituições e movimentos
sociais no pós-abolição (Selo Negro, 2011, in partnership with Flávio
Gomes), Da nitidez e invisibilidade:
legados do pós-emancipação no Brasil (Fino Traço, 2013, with Flávio Gomes) and
Políticas da raça: experiências e legados
da abolição e da pós-emancipação no Brasil (Selo Negro, 2014, coeditor with
Flávio Gomes).]
Rhoda Reddock
Professora de gênero, mudança social e desenvolvimento e vice-diretora da Universidade das Índias Ocidentais, campus Santo Agostinho em Trinidad e Tobago. Suas pesquisas multidisciplinares incluem temas como gênero e feminismo, história social da mulher e do trabalho, movimentos sociais, meio ambiente, desenvolvimento, masculinidades, sexualidade, cultura, etnicidade e identidade. Tem oito livros publicados, entre eles, Women, Labour and Politics in Trinidad and Tobago: A History (Zed Books, 1994). Foi editora do volume Interrogating Caribbean Masculinities (The UWI Press, 2004) e coeditora da coleção Sex, Power and Taboo: Gender and HIV in the Caribbean and Beyond (Ian Randle Publishers, 2009).
[Professor of gender, social change and development and deputy principal of the University of the West Indies (UWI), St. Augustine Campus in Trinidad and Tobago. Her multidisciplinary research interests include gender and feminism, women?s social and labor history; social movements; environment, development, masculinities, culture, ethnicity and identity and sexualities. Prof. Reddock has authored numerous publications including eight books, most notably Women, Labour and Politics in Trinidad and Tobago: A History (Zed Books, 1994), having also edited the volume Interrogating Caribbean Masculinities (The UWI Press, 2004) and co-edited the collection Sex, Power and Taboo: Gender and HIV in the Caribbean and Beyond in 2009 (Ian Randle Publishers, 2009).]
Roberto Conduru
Historiador da arte e professor na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) desde 1995. Foi professor visitante na Southern Methodist University em 2014, pesquisador visitante no Getty Research Institute em 2012 e presidente do Comitê Brasileiro de História da Arte entre 2007 e 2010. Co-organizou Carl Einstein e a Arte da África (EdUERJ, 2015) e publicou Pérolas negras - primeiros fios (UERJ, 2013), Arte afro-brasileira (C/Art, 2007). Foi curador de África aqui agora (SESC Quitandinha, Petrópolis, 2015), Incorporation - Contemporary Afro-Brazilian Art (Centrale for Contemporary Art, Bruxelas, 2011), Perles de Liberté - Bijoux Afro-Brésiliens (Le Grand-Hornu, Hornu, 2011, com Françoise Foulon).
[Historian of art and professor at the Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) since 1995. He was a visiting professor at Southern Methodist University in 2014, a visiting researcher at Getty Research Institute in 2012 and president of the Comitê Brasileiro de História da Arte between 2007 and 2010. He co-organized Carl Einstein e a Arte da África (EdUERJ, 2015) and published Pérolas negras - primeiros fios (UERJ, 2013), Arte afro-brasileira (C/Art, 2007). He was curator of África aqui agora (SESC Quitandinha, Petrópolis, 2015), Incorporation - Contemporary Afro-Brazilian Art (Centrale for Contemporary Art, Brussels, 2011), and Perles de Liberté - Bijoux Afro-Brésiliens (Le Grand-Hornu, Hornu, 2011, with Françoise Foulon).]
[She is a professor of sociology at the Universidade de São Paulo (USP) and president of the Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). She is the author of the books Ideias em movimento: a geração 1870 na crise do Brasil-Império (Paz e Terra, 2002), Joaquim Nabuco: os salões e as ruas (Companhia das Letras, 2007), both translated into French, and of Flores, votos e balas: o movimento abolicionista brasileiro - 1868-1888 (Companhia das Letras, 2015), a project which received a grant from Guggenheim. She has published articles about political and intellectual movements in academic journals and in a monthly column in the Ilustríssima section of the newspaper Folha de S.Paulo.]
Deborah Willis
Chefe do Departamento de Fotografia e Imagem da Tisch School of the Arts da Universidade de Nova York. Na universidade, Willis ministra cursos sobre fotografia e imagem, iconicidade e histórias culturais visualizando o corpo negro, mulheres e gênero. Sua pesquisa examina histórias multifacetadas da fotografia, cultura visual, a história fotográfica da escravidão e emancipação, fotógrafas contemporâneas e beleza. É autora dos livros Posing Beauty: African American Images from the 1890s to the Present (W. W. Norton & Company, 2009), Envisioning Emancipation: Black Americans and the End of Slavery (Temple University Press, 2012) e Michelle Obama: The First Lady in Photographs (W. W. Norton & Company, 2009). Willis foi curadora das exposições Reflections in Black (2002) e New World Africans: 19th Century Images of Blacks in South America and the Caribbean (1985).
Eduardo Grüner
Doutor em ciências sociais pela Universidade de Buenos Aires (UBA). É professor titular das disciplinas antropologia da arte e literatura e cinema, no Departamento de Artes da Faculdade de Filosofia e Letras da UBA. Foi diretor e membro pesquisador do Instituto de Investigações da América Latina e Caribe e vice-reitor da Faculdade de Ciências Sociais da UBA. É autor dos livros Un género culpable (Homo Sapiens, 1994), Las formas de la espada (Ediciones Colihue, 1997), El sitio de la mirada (Norma, 2000), El fin de las pequeñas historias (Paidos, 2002), La cosa política (Paidos, 2005), La oscuridad y las luces (Edhasa, 2010). Recebeu os prêmios Nacional de Ensaio (Argentina, 2011), Konex de Ensaio Filosófico (Argentina, 2004) e Libertador al Pensamiento Crítico (Venezuela, 2005 e 2011).
[He holds a PhD in social sciences from the Universidade de Buenos Aires (UBA). He is a professor of the disciplines of the anthropology of art and literature and cinema in the Department of Arts of the College of Philosophy and Letters of UBA. He served as a director and researching member of the Instituto de Investigações da América Latina e Caribe in as vice rector of the College of Social Sciences of UBA. He is the author of the books Un género culpable (Homo Sapiens, 1994), Las formas de la espada (Ediciones Colihue, 1997), El sitio de la mirada (Norma, 2000), El fin de las pequeñas historias (Paidos, 2002), La cosa política (Paidos, 2005), and La oscuridad y las luces (Edhasa, 2010). Awards he has received include the Nacional de Ensaio prize (Argentina, 2011), the Konex de Ensaio Filosófico prize (Argentina, 2004) and the Libertador al Pensamiento Crítico award (Venezuela, 2005 and 2011).]
Flávio Gomes
Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador do CNPq. É autor de vários livros, entre eles, Mocambos e quilombos: uma história do campesinato negro no Brasil (Companhia das Letras, 2015), de coletâneas e artigos sobre as temáticas da escravidão e pós-abolição no Brasil. Atualmente realiza pesquisas comparadas (Cuba e Colômbia) com destaque para as questões de identidades e cultura material da escravidão.
Geoffrey Quilley
Professor de história da arte na Universidade de Sussex, Reino Unido. Sua pesquisa concentra-se na relação entre a cultura visual britânica e o Império, viagens e a esfera marítima nos séculos 18 e 19. É autor de Empire to Nation: Art, History, and the Visualization of Maritime Britain, 1768-1829 (Yale University Press, 2011). Atualmente, trabalha em um novo livro sobre arte britânica e a Companhia das Índias Orientais.
João José Reis
Professor titular de história da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Autor, entre outros livros, de O Alufá Rufino: tráfico, escravidão e liberdade no Atlântico negro, em coautoria com Flávio Gomes e Marcus Carvalho (Companhia das Letras, 2010), Domingos Sodré, um sacerdote africano: escravidão, liberdade e candomblé na Bahia do século XIX (Companhia das Letras, 2008), Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em 1835 na Bahia (Companhia das Letras, 2003) e A morte é uma festa: ritos fúnebres e revolta popular no Brasil do século XIX (Companhia das Letras, 1991). Os três últimos títulos foram traduzidos para o inglês; O Alufá Rufino, para o espanhol.
Lilia Moritz Schwarcz
Professora titular no Departamento de Antropologia da USP. Foi professora visitante em Oxford, Leiden, Brown, Columbia e atualmente em Princeton. É autora, entre outros livros, de Retrato em branco e negro (Companhia das Letras, 1987), O espetáculo das raças (Companhia das Letras, 1993), Racismo no Brasil (Publifolha, 2001) e com Heloísa Starling, Brasil: uma biografia (Companhia das Letras, 2015). É curadora-adjunta do MASP para "histórias e narrativas" desde 2015. Participou da curadoria, junto com Fernando Oliva e Adriano Pedrosa, da exposição Histórias da infância (2016).
Luiz Felipe de Alencastro
Cientista político e historiador. Foi professor no Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pesquisador sênior do Cebrap e professor catedrático na Universidade de Paris-Sorbonne. Membro da Academy of Europe e professor titular da Escola de Economia de São Paulo - Fundação Getulio Vargas, onde dirige o Centro de Estudos do Atlântico Sul. Autor de O trato dos viventes - formação do Brasil no Atlântico Sul (Companhia das Letras, 2000) e dos ensaios "Mulattos in Brazil and Angola: A Comparative Approach, from the Seventeenth to the Twenty-First Century" (2012) e "The Formation of Economic History in Brazil: From the South Atlantic to South America" (2016).
Marcio Farias
Possui graduação em psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2011). Mestre em psicologia social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) (2015). Coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Americanos (Nepafro) e colaborador do Instituto Amma Psique e Negritude. Atualmente compõe a coordenação do Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil.
Mary Karasch
Professor emérita de história, atuou na Universidade de Oakland, Rochester, Michigan, até 2010, Universidade Católica, Washington (1981-1983), Universidade de Brasília (1977-1978) e Universidade Federal de Goiás (1993, 1996). Doutora pela Universidade de Wisconsin (1972). Seu principal livro sobre escravidão é A vida dos escravos no Rio de Janeiro, 1808-1850 (Companhia das Letras, 2000). Seu livro mais recente, Before Brasília: Frontier Life in Central Brazil (University of New Mexico Press, 2016), traça a evolução da escravidão nos estados de Goiás e Tocantins.
Muryatan Santana Barbosa
Doutor em história da áfrica pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Foi pesquisador visitante na Universidade de Harvard e consultor da Unesco-Brasil para o Programa Brasil-África: histórias cruzadas. É coautor e revisor da Síntese da Coleção História Geral da África, em dois volumes. Trabalha atualmente com temáticas relativas à história intelectual e política do Sul Global. Em particular, o Pan-africanismo, na África e nas diásporas africanas. Atualmente é professor adjunto do bacharelado em ciências humanas e do bacharelado em relações internacionais da Universidade Federal do ABC.
Petrônio Domingues
É graduado, mestre e doutor em história pela USP, com pós-doutoramento na Rutgers - Universidade do Estado de Nova Jersey, Estados Unidos. Professor dos cursos de graduação e pós-graduação em história da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e bolsista produtividade em pesquisa do CNPq. Publicou dezenas de artigos nas revistas acadêmicas no Brasil e no exterior. É autor ou co-organizador de vários livros, como Experiências da emancipação: biografias, instituições e movimentos sociais no pós-abolição (Selo Negro, 2011, em parceria com Flávio Gomes), Da nitidez e invisibilidade: legados do pós-emancipação no Brasil (Fino Traço, 2013, com Flávio Gomes) e Políticas da raça: experiências e legados da abolição e da pós-emancipação no Brasil (Selo Negro, 2014, co-organizador com Flávio Gomes).
Rhoda Reddock
Professora de gênero, mudança social e desenvolvimento e vice-diretora da Universidade das Índias Ocidentais, campus Santo Agostinho em Trinidad e Tobago. Suas pesquisas multidisciplinares incluem temas como gênero e feminismo, história social da mulher e do trabalho, movimentos sociais, meio ambiente, desenvolvimento, masculinidades, sexualidade, cultura, etnicidade e identidade. Tem oito livros publicados, entre eles, Women, Labour and Politics in Trinidad and Tobago: A History (Zed Books, 1994). Foi editora do volume Interrogating Caribbean Masculinities (The UWI Press, 2004) e coeditora da coleção Sex, Power and Taboo: Gender and HIV in the Caribbean and Beyond (Ian Randle Publishers, 2009).
[Professor of gender, social change and development and deputy principal of the University of the West Indies (UWI), St. Augustine Campus in Trinidad and Tobago. Her multidisciplinary research interests include gender and feminism, women?s social and labor history; social movements; environment, development, masculinities, culture, ethnicity and identity and sexualities. Prof. Reddock has authored numerous publications including eight books, most notably Women, Labour and Politics in Trinidad and Tobago: A History (Zed Books, 1994), having also edited the volume Interrogating Caribbean Masculinities (The UWI Press, 2004) and co-edited the collection Sex, Power and Taboo: Gender and HIV in the Caribbean and Beyond in 2009 (Ian Randle Publishers, 2009).]
Roberto Conduru
Historiador da arte e professor na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) desde 1995. Foi professor visitante na Southern Methodist University em 2014, pesquisador visitante no Getty Research Institute em 2012 e presidente do Comitê Brasileiro de História da Arte entre 2007 e 2010. Co-organizou Carl Einstein e a Arte da África (EdUERJ, 2015) e publicou Pérolas negras - primeiros fios (UERJ, 2013), Arte afro-brasileira (C/Art, 2007). Foi curador de África aqui agora (SESC Quitandinha, Petrópolis, 2015), Incorporation - Contemporary Afro-Brazilian Art (Centrale for Contemporary Art, Bruxelas, 2011), Perles de Liberté - Bijoux Afro-Brésiliens (Le Grand-Hornu, Hornu, 2011, com Françoise Foulon).
[Historian of art and professor at the Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) since 1995. He was a visiting professor at Southern Methodist University in 2014, a visiting researcher at Getty Research Institute in 2012 and president of the Comitê Brasileiro de História da Arte between 2007 and 2010. He co-organized Carl Einstein e a Arte da África (EdUERJ, 2015) and published Pérolas negras - primeiros fios (UERJ, 2013), Arte afro-brasileira (C/Art, 2007). He was curator of África aqui agora (SESC Quitandinha, Petrópolis, 2015), Incorporation - Contemporary Afro-Brazilian Art (Centrale for Contemporary Art, Brussels, 2011), and Perles de Liberté - Bijoux Afro-Brésiliens (Le Grand-Hornu, Hornu, 2011, with Françoise Foulon).]